Comunicação no Condomínio – O que é? Quais suas principais dificuldades? Como fazer?

Um dos assuntos mais recorrentes e talvez o mais importante no condomínio é a comunicação. 

 

Mas afinal o que é comunicação?  Como ela impacta o dia a dia do Condomínio e de toda a sua comunidade condominial?  

A comunidade condominial é formada pelo síndico (a), pelos conselheiros, pelos condôminos, pelos funcionários, pelas empresas que prestam serviços, pelos visitantes do condomínio, ente outros. 

Conforme Mendes (1999:34) ¹, “a comunicação significa tornar comum, trocar informações, partilhar ideias, sentimentos, experiências, crenças e valores por meio de gestos, atos, palavras, figuras, imagens, símbolos etc.”. 

Não tenho o intuito de esgotar esse assunto que é muito amplo, mas sim de contribuir com o tema de maneira prática e conceitual, afim de ajudar você, prezado leitor. 

O tema COMUNICAÇÃO envolve todas as esferas da sociedade, comunidades, municípios, estados, enfim, o mundo todo está conectado pelos meios de comunicação e transmissão de mensagens. Aqui vamos focar na comunicação dentro da comunidade condominial. 

A personalidade central de um condomínio é a figura do síndico (a), ele que representa os interesses de todos os condôminos, assim, a figura do síndico (a) é a liderança do condomínio. E como liderança e representante do interesse dos condôminos, uma das habilidades mais importantes para o síndico é a capacidade de se comunicar bem. 

Para tal missão, que não é das mais simples, o síndico precisa ter uma boa equipe para lhe dar suporte. Essa equipe pode ser formada pelo síndico, pelos conselheiros e principalmente por uma boa empresa de administração de condomínios, que pode oferecer suporte e assessoria ao síndico nos assuntos a serem tratados no dia a dia, sempre de forma assertiva quanto a regras da convenção, do regimento interno e da prestação de contas do condomínio, fazendo a emissão de comunicados, envio de circulares, esclarecimento de dúvidas dos condôminos. 

Atualmente venho observando nos condomínios, que os principais desafios da comunicação passam pela grande diversidade de pessoas que moram nos condomínios. Existem pessoas de diferentes faixas etárias, pessoas que vieram de diversos lugares, sendo de diferentes bairros, de diferentes municípios, de diferentes estados e até de diferentes países, todos convivendo dentro do mesmo condomínio. Outros fatores que geram dificuldades na comunicação é a falta de tempo das pessoas que têm a vida cada dia mais corrida e o excesso de informações aos quais lidamos no dia a dia. Uma outra situação que dificulta a comunicação é o interesse pessoal de cada condômino na interpretação das informações, além das diferenças culturais entre as pessoas que podem ocasionar um ruído nas informações, etc. 

 

Uma boa notícia é que um dos pilares da administração é a comunicação, através de um bom processo de comunicação podemos alinhar as informações, expectativas, condutas, entendimento das regras entre as pessoas que fazem parte do condomínio, como por exemplo: O síndico (a), os condôminos, os visitantes do condomínio, os funcionários do condomínio, as empresas e profissionais que prestam serviços no condomínio, etc.  

Então quais são os pilares de boa comunicação no condomínio? 

No meu ponto de vista, são: humanização, educação e transparência.   

Humanização: É importante lembrar que estamos falando com pessoas e todas as pessoas possuem diferentes costumes, diferentes personalidades, diferentes anseios, diferentes momentos na vida, com as suas angústias e felicidades. Assim precisamos ser claros e objetivos na comunicação, porém com calma, educação e respeito pelo outro. 

Educação: No condomínio temos diversas regras de conduta, que norteiam os bons costumes e a harmonia entre os moradores e toda a comunidade que envolve o condomínio. E sempre ocorrerão erros, ora de uma pessoa, ora de outra pessoa. Nesse caso sempre sugiro conversar com a pessoa que errou, apresentar a ela as regras do condomínio, seja por meio da convenção, do regimento interno, ou de alguma lei específica que foi infringida. Somente se houver reincidência que indico advertências e multas, sempre seguindo a convenção e regimento interno. O melhor caminho é sempre o diálogo.  

Transparência: Um dos assuntos que mais geram polêmica no condomínio, são as prestações de contas da gestão. Nesse caso, manter a transparência e informar os condôminos sobre os números é essencial. Não precisa esperar a assembleia para apresentar os dados, hoje em dia temos diversos meios para informar os condôminos sobre as finanças da gestão, por meios dos demonstrativos mensais nos boletos, gráficos em tempo real no aplicativo da empresa administradora de condomínios, entre outros. O síndico (a) e o conselho também podem tirar as dúvidas dos condôminos à medida que as mesmas forem surgindo no decorrer do ano.  Uma dúvida que não for sanada de imediato, pode se transformar em um grande problema futuro. Então o jeito é se comunicar bem e não deixar dúvidas quanto a gestão. 

 

Outra dica muito importante é mapear quais são os canais de comunicação que podem ser utilizados no seu condomínio, tais como: mural de avisos, aplicativos, e-mails, portal do condomínio, assembleias, grupos de condôminos, quadro de gestão à vista, books com fotos dos projetos, etc. 

Lembre-se sempre de agir de forma ética e de proteger os dados individuais de cada pessoa conforme a LGPD exige.  

É importante lembrar que todo o relacionamento humano é baseado na confiança e que a confiança entre as partes se faz com um bom processo de comunicação. E o profissional mais indicado para te assessorar e ajudar no dia-a-dia nesse processo é o Administrador Profissional Especializado e Habilitado. 

 

*¹Marcelo Otávio A. R. de Carvalho, Bacharel em Administração, MBA em Gerenciamento de Projetos. Administrador Habilitado pelo CRA – SP. 

*²Artigo originalmente escrito em 07 de março de 2.022, para ser publicado no Portal Condse. 

______________________________________________________________________________ 

¹ citado em Gerenciamento da comunicação em projetos 2° Edição, pg 18.